Pobre homem débil, fraco, apequenado,
de coração atrofiado,
sem paixão e sem tesão pelas aventuras da vida.
Tua disposição é apenas para começar,
jamais para concluir seja o que for.
Homem de asas pequenas,
incapaz de alçar o menor vôo,
que não ousa enxergar acima da montanha,
que nem ousa sequer subir à montanha.
Pobre homem fraco, pós-modernizado,
incapaz de colocar na alma o silêncio,
ou virtudes de heroísmo e generosidade,
confinado em autos, ônibus, metrôs, cruzeiros,
ou mesmo em aviões.
Aviões desses que fazem vôos rasantes,
pois não levam pessoas que são brigadistas da paz,
e nem caravanas para a partilha dos bens,
mas tão somente tediosos turistas
e negociantes a busca de mais cobre, cobre e cobre,
mesmo que seja do outro lado do mundo;
Pobre homem fraco,
mas de estatura física elegante,
portador de tantos cremes,
que usa marcas medidas em dólar,
aparatos mil,
cartões com mais de 5 estrelas,
sapatos de couro importado
e planilhas macias que te deixam mais preguiçoso
ou enfadado para caminhar.
Pobre homem fraco, que busca a poltrona mais larga,
pois alargas sempre mais teu preguiçoso físico.
Pobre homem fraco,
que precisa de tanto açúcar, talvez por carência de afeto,
pois não tens amigos, e os que tem nunca os encontram.
Ingere mais álcool sempre com maior grau,
procura as substâncias reativantes recém lançadas,
para ver se acordas de tua sonolência existencial.
Tens tabacos aromatizados
e substâncias confusas e que te confundem,
mesmo crendo que te orienta e te acalma.
Pobre homem fraco,
de mente astuta para ganhar mais e mais fácil,
ficar rico mais cedo,
levar vantagem sobre teu semelhante,
violentar a ética e passar por cima do bem comum,
viajante de modernos autos,
que passando ao lado do pobre,
apressa-te para que ele não aproxime
de teu “sagrado santuário” de 4 rodas;
Afinal, palavras como amor e partilha, tu desconheces.
Afinal, palavras como amor e partilha, tu desconheces.
Pobre homem fraco, fraco, fraco,
e cada vez mais debilitado.
Que não ingere vitaminas, não respira ar puro,
e que não tem ligação com a mãe natureza,
como a criança faminta com o peito da mãe,
que não alimenta tua interioridade,
não faz movimento físico como teus antepassados
e nem visita os que são próximos de ti.
Assim, pobre "homo debilis”
caminha na tua disfarçada fraqueza,
lassidão, morbidez, preguiça,
parasitado e atolado em teu ego sem fundo,
mas que pensas ser vitorioso
ou mesmo o melhor entre os mortais.
Tenho pena de ti "homo debilis”,
insensato, niilista e odinofóbico.
Teu túmulo é feito, cada dia por ti mesmo,
com mil desventura,
que tu achas ser o progresso e o melhor pódio,
mas tu caminhas, mesmo manco,
apressadamente para tua ruína.
Quando a humanidade vai mudar para o homem/pessoa,
de saudável corpo, mente e espírito? Amém!
* A partir da “cultura líquida” de Zygmunt Bauman
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