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terça-feira, 5 de junho de 2012

Obrigado Jânio de Freitas!

Merece ser lido o artigo abaixo onde é colocado novamente na memória viva da sociedade o martírio ainda não reconhecido do Padre secretário de Dom Helder Câmara. A ditadura militar brasileira ceifou sua vida, para evitar que o COMUNISMO entrasse no Brasil. O pobre Padre morreu jovem e o COMUNISMO nem sequer estava vindo para cá, pois já nasceu fraco das pernas no bloco soviético. Mas...


Folha de São Paulo-05.06.2012
Na morte do jovem padre
JANIO DE FREITAS

Inocêncio Mártires Coelho logo estará no caminho da Comissão da Memória e da Verdade instituída em PE

AO MENOS um dos que conduziram os processos de acusação durante a ditadura está sob o risco, afinal, de ter pesquisada e exposta a sua parte na contribuição sórdida, e muitas vezes criminosa, desses colaboracionistas do sistema de torturas, condenações, mortes e desaparecimentos. O portador do enganoso nome de Inocêncio Mártires Coelho é, por certo, dos que mais merecem, em vida ou em memória, ser reconhecido pelo que foi e fez.

Inocêncio Mártires Coelho logo estará no caminho da Comissão da Memória e da Verdade que o governador Eduardo Campos instituiu em Pernambuco. Em suas primeiras atribuições citadas, a comissão deverá investigar autoria e circunstâncias do ocorrido ao jovem PADRE ANTONIO HENRIQUE PEREIRA NETO, em 1969.

Auxiliar de dom Hélder Câmara, à época arcebispo de Olinda e Recife, padre Henrique sabia que sua função o punha na mira do bando de oficiais do Exército e usineiros que agia no Estado. Não a deixou.

Padre Henrique foi emboscado. Seu corpo ficou com as marcas da tortura brutal. E dos tiros, até seu cadáver ser largado em um ermo da periferia de Recife. A barbaridade do crime ecoou no mundo todo.

Pressões internacionais para que fosse investigado perderam-se, todas, na indiferença do governo e dos militares. Mas havia indícios, havia pistas, havia nomes. E pessoas e instituições dispostas a buscar a identidade da autoria.

Como em outros inquéritos e processos, Inocêncio Mártires Coelho foi o representante de um Ministério Público travesti, par constante do AI-5. Criou todos os embaraços e deixou livres todas as ameaças ao próprio 
d. Hélder, a seu grupo de fiéis e a quem persistisse no caso do jovem padre.

Inocêncio Mártires Coelho engavetou tudo. É possível que a comissão recupere esse material. Se não, a par da investigação sobre padre Henrique, é muito provável que em jornais e de sobreviventes da época obtenha, se quiser, o suficiente sobre os ainda intocados colaboracionistas do regime nas condenações e na negação dos crimes da ditadura. E Inocêncio Mártires Coelho foi aí uma eminência.

HUMANOS

Os programas que Dilma Rousseff lança hoje, Dia Mundial do Meio Ambiente, como quem prepara a elegância para uma entrada triunfal na Rio+20, são todos necessários há muito tempo. E variados, para muitos gostos.

Dois me tocam particularmente: a homologação de seis áreas indígenas (a reserva é o primeiro dos atos para atenuar o extermínio) e o "Brasil sem lixão", ou assistência aos catadores e o fim do consentimento de que a miséria iguale pessoas e abutres.

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