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quinta-feira, 17 de novembro de 2011

O RELIGIOSO NO PÓS-MODERNO

“A identidade religiosa pós-moderna, pelo contrário, alimenta-se da emoção, de momentos intensos e passageiros, de uma busca de porta em porta de experiências sempre novas nas boutiques espirituais. As pessoas se entregam a verdadeiro nomadismo religioso. Reina o provisório. Desde que uma prática religiosa não satisfaz, ela é descartada com toda facilidade. Não se receia misturar formas religiosas de tradições as mais diversas e até irreconciliáveis num ecletismo e sincretismo sem questionamentos.

         Vive-se no interior de nebulosa religiosa. Institui-se o primado da experiência sobre as prescrições da Instituição. Interiorizam-se e subjetivizam-se as expressões religiosas escolhidas conforme o próprio gosto. Há um dobrar-se sobre si mesmo, sobre o próprio eu. O termo mística soa redondo. Envolve vivências leves, gostosas, suaves. Bem distante da austera mística dos clássicos, como João da Cruz ou Santa Teresa de Jesus.

         Portanto, o mundo religioso tornou-se para a identidade cristã enorme desafio. Talvez maior que o próprio ateísmo. Este serviu, em algum momento, até mesmo para purificá-la de material espúrio. A pós-modernidade religiosa, por seu lado, ameaça diluí-la e afogá-la no dilúvio de expressões religiosas sem consistência”
PE. LIBÂNIO – Texto para o 14º Encontro Nacional de Presbíteros em 2012

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